A diminuição na oferta de animais prontos para o abate, a baixa disponibilidade de pastagem neste período do ano e o dólar valorizado têm oferecido sustentação ao preço do boi gordo neste começo de segundo semestre. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, a alta da arroba, somada ao atual cenário de preços de importantes insumos, como boi magro e milho, podem animar confinadores a produzir um pouco mais do que no ano passado.

A intenção em aumentar ou não o número de animais para engorda tem bastante influência também dos preços futuros do boi gordo na B3. Os ajustes indicam valores 6,5% maiores que os atuais para outubro e cerca de 10% acima para novembro e dezembro.

Em relação aos insumos para confinamento, o boi magro apresenta tendência de queda desde fevereiro de 2021, perdendo, desde então, 41,1% do seu valor em termos reais, segundo levantamento do Cepea. Para o milho, o indicador do Cepea, baseado na região de Campinas (SP), apresentou preço médio de R$ 57,02 a saca de 60 quilos em junho, recuo de 13,5% sobre o de janeiro, também em termos reais.

No mesmo comparativo, o boi gordo (indicador Cepea/B3) se desvalorizou 12,4%, com a média indo para R$ 220,70 a arroba.

Nesta quinta-feira (4/7), no Estado de São Paulo, segundo relatório da Scot Consultoria, a cotação do boi gordo estava em R$ 220 a arroba. De acordo com a Scot, os negócios entre pecuaristas e indústrias frigoríficas estão estáveis, dando sustentação à cotação do boi gordo e às escalas de abate.

As maiores altas do dia foram registradas no norte de Minas Gerais e em Três Lagoas (MS): nas duas praças, o preço da arroba subiu R$ 1,62, para R$ 200,80 em ambas. Já a maior queda diária foi no sudeste de Rondônia, onde a cotação da arroba recuou R$ 0,54, para R$ 182,07.

Em relação ao mercado externo, a consultoria Agrifatto destaca que os importadores chineses mostraram maior atividade nas compras na última semana, embora sem alterar significativamente os preços ofertados. O dianteiro registrou uma referência de US$ 4.300 a tonelada, 1,18% acima do registrado no início de junho. Entretanto, ainda se nota que o estoque de proteína animal na China está elevado e os importadores demonstram cautela na hora de realizar novas compras.

Fonte: Globo Rural