A soja testa alguma alta nesta manhã, em Chicago, depois de ter atingido o menor valor em três anos. Os papéis para março, os mais negociados, avançam 0,21%, a US$ 11,65 o bushel.
O fato é que os fundamentos não têm ajudado o preço da oleaginosa. Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou o que agentes de mercado já esperavam, um aumento na área de plantio nos EUA em 2024/25. Em seu evento anual, o Agricultural Outlook Forum, o órgão disse que o cultivo pode alcançar 35,41 milhões de hectares, acima dos 33,83 milhões de hectares plantados na safra anterior.
Com o aumento no plantio, o Departamento prevê uma colheita de 122,47 milhões de toneladas, maior que a sua própria previsão para a safra 2023/24, de 113,34 milhões, no mais recente relatório mensal de oferta e demanda.
Aos dados do USDA, juntam-se uma melhora do clima na Argentina, e ainda uma demanda menor por soja da China. Esta combinação pode motivar novas quedas do grão na bolsa, segundo Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios.
“No curto prazo, temos potencial para novos recuos, já que existe no momento um número de recorde de posições vendidas [investidores apostando na queda dos preços], com o entendimento de que o balanço entre oferta e demanda é confortável”, destaca o analista.
Milho
Os negócios de milho se assemelham aos de soja porque os fundamentos também já são conhecidos. O USDA indicou uma área a ser plantada de 36,83 milhões de hectares, inferior as 38,28 milhões de hectares no ciclo 2023/24. Já a produção deve atingir 383 milhões de toneladas, quase 7 milhões menos que o previsto para a temporada 2023/24.
“A redução de área já era dada como certa pelo mercado, por isso não teve efeito sobre as cotações. Sobre a colheita, a redução pode ser considerada pontual em face ao tamanho da área prevista pelo USDA”, comenta Ale Delara.
O preço do milho agora é de US$ 4,18 o bushel, com alta de 0,06%.
Trigo
Nos negócios do trigo, os números de plantio nos Estados Unidos para a safra 2024/25 continuam a ter pouco efeito. Os americanos deverão semear 19,02 milhões de hectares na nova temporada, abaixo dos 20,06 milhões de hectares do ciclo passado.
“A estimativa de área veio em sintonia com as expectativas de mercado. Além disso, a Rússia vem exportando trigo a preços mais competitivos em relação aos Estados Unidos, e isso acaba pressionando as cotações”, observa Delara, da Pine Agronegócios.
Ainda segundo ele, a proximidade do fim da entressafra de trigo nos EUA é outro fator de baixa para a commodity e evidencia o quadro de uma produção confortável.
Agora, os lotes de trigo valem US$ 5,60 o bushel, com queda de 0,85%.