A soja subiu durante a noite, em Chicago, mas na abertura do pregão regular nesta quinta-feira (9/5) os contratos estão estáveis, a US$ 12,11 o bushel.

“O mercado tenta mensurar o tamanho das perdas com a soja no Rio Grande do Sul, e trabalha hoje com uma projeção de 3 milhões de toneladas. Seja qual for o número, fica a expectativa para saber o que as colheitas dos EUA e da Argentina vão conseguir cobrir desse saldo negativo que ficará na produção”, comenta Ronaldo Fernandes, analista da Royal Rural.

Ainda segundo ele, em meio a um corte na safra dado como certo nas lavouras gaúchas, cresce a expectativa de que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduza sua projeção de safra no Brasil para um número mais próximo das 150 milhões de toneladas. No mês passado, em seu último relatório de oferta e demanda mundial de soja, o órgão previu uma colheita brasileira de 155 milhões de toneladas.

Como os investidores parecem ter precificado, em partes, a redução de safra gaúcha, Fernandes diz que eles passam a olhar novamente para o desenvolvimento do plantio de soja americano. Ele acrescenta que há espaço para altas, mas pontuais, já que a tendência de baixa deve prevalecer.

“As cotações podem voltar a subir, seja por greve de setores produtivos na Argentina ou pela situação no Rio Grande do Sul. Tudo isso coloca uma dúvida na oferta, mas que é temporária, pois a tendência não mudou”, enfatiza.

Milho

Os futuros de milho para julho recuam 0,3%, cotados a US$ 4,475 o bushel.

Dados da Administração de Informações de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês) apontam que a produção de etanol no país caiu 2,2% na semana do dia 3 de maio, para um total de 965 mil barris por dia. Os números de produção de etanol americano servem como termômetro para demanda por milho, pois a principal matéria-prima do biocombustível no país é o cereal.

Trigo

No mercado do trigo, os lotes para julho, os de maior liquidez, sobem 1,58%, a US$ 6,44 o bushel. Ontem, eles caíram diante da previsão de chuvas benéficas para os EUA e Rússia, destaca Ronaldo Fernandes.

A melhora nos prognósticos de clima impacta diretamente nas expectativas sobre a safra americana de trigo de inverno, pontua o analista.

“Atualmente, 50% das lavouras no país estão em boas condições. Na semana passada, o percentual caiu para 49%. Pela classificação do USDA [Departamento de Agricultura dos EUA], um índice entre 50% e 60% significa que podemos ver a perda do teto de produção. Abaixo de 50%, o USDA já considera possibilidade de quebra. As chuvas para os próximos dias indicam que a qualidade do trigo tende a melhorar”, acrescenta.

Fonte: Globo Rural