Sem novidades em termos de oferta e demanda, os preços da soja seguem com movimentação tímida na bolsa de Chicago . Nesta segunda-feira (8/4), os papéis que vencem em maio terminaram a sessão cotados a US$ 11,8150 o bushel, recuo de 0,30%.

Para Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, as cotações da soja no mercado internacional estão “caminhando de lado” neste momento.

“Ainda é muito cedo para o mercado climático nos EUA trazer alguma mudança para os preços, isso só deve acontecer a partir de maio ou junho”, diz Nogueira.

“Com a indicação de que os EUA deverão plantar mais soja do que milho na próxima temporada, o viés [para o preço da soja] continua sendo de baixa, já que estamos saindo de uma safra 2023/24 marcada pela recuperação dos estoques”, complementa.

Para o analista, somente alguma novidade em termos de oferta de soja, seja nas lavouras americanas, ou nas plantações da América do Sul, pode trazer um novo panorama de preços para a oleaginosa.

Trigo

O trigo ensaiou uma alta na sessão, mas terminou o dia em queda. Os contratos que vencem em maio fecharam em baixa de 0,26%, negociados a US$ 5,6575 o bushel.

Mais cedo, o trigo subia respondendo as perspectivas negativas com a produção na União Europeia, já que o plantio pode perder espaço em 2024/25, de acordo com a consultoria Granar.

“Também há uma polêmica desencadeada entre o governo russo e algumas empresas exportadoras, com o atraso na entrega dos certificados sanitários necessários para liberar os embarques”, diz a consultoria, em relatório. A Rússia é o maior exportador mundial de trigo.

Mas no fechamento pesou a manutenção de uma demanda fraca pela commodity americana.

O volume inspecionado para exportação caiu 12,5% na semana do dia 4 de abril, para 497,53 mil toneladas, conforme dados divulgados pelo Departamento de Agricultura do país (USDA).

Milho

O milho se descolou da soja e do trigo e terminou a sessão com preços em alta. Os contratos para maio subiram 0,29%, a US$ 4,3550 o bushel.

Enilson Nogueira, da Céleres, lembra que as cotações do milho estão pautadas por correções técnicas, e sem espaço para grandes oscilações.

“Os EUA estão prevendo uma redução de 2 milhões de hectares plantados com milho [em 2024/25], mas isso não terá um impacto significativo nos estoques ao fim da temporada. Como esses elementos se contrapõem, eles dão um peso maior a toda essa lateralidade aos preços futuros”, comenta.

Fonte: Globo Rural