Os preços da soja ganharam impulso na bolsa de Chicago após um novo corte estimado para a safra do Brasil, o maior exportador mundial. O aumento na demanda também favoreceu o movimento de alta na sessão. Os papéis da oleaginosa para maio subiram 1,42%, a US$ 11,96 o bushel.

Apesar de esse ser um número já esperado pelo mercado, estamos vendo um retorno pela demanda por soja. A China está voltando às compras em um momento em que a oferta está mais curta. Por isso temos essa reação nos preços”, afirma Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios.

O analista cita dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que reforçam que a demanda pelo grão brasileiro está ganhando força. A entidade elevou sua projeção de embarques, de 12,8 milhões de toneladas em fevereiro para 13,7 milhões de toneladas na estimativa divulgada nesta terça.

Por fim, o analista da Pine acredita que ainda há espaço para novos cortes na produção brasileira de soja neste ciclo 2023/24. A consultoria atualmente projeta uma colheita de 149 milhões de toneladas, número que deverá cair para 147 milhões.

“Em áreas do centro-norte do Brasil a quebra [na safra] parou de avançar. No entanto, teremos em breve a colheita no Rio Grande do Sul, e novos prognósticos sobre a colheita deverão acontecer”, afirma Delara.

Trigo

 

O trigo fechou praticamente estável em Chicago, porém a tendência de baixa deve prevalecer no curto prazo. Os contratos para maio subiram 0,05%, para a US$ 5,4750 .

A consultoria Granar diz que a situação de oferta de trigo na Índia pode favorecer movimentos de alta em Chicago. Os estoques do cereal no país chegaram a 9,70 milhões de toneladas no início de março, o menor volume observado desde 2017.

“A Índia tem expectativa de colheita menor neste ano. Além disso, chuvas excessivas estão afetando a colheita. Com isso, cada vez mais operadores consideram possível que a Índia tenha de importar trigo durante este ano para aliviar a pressão no mercado interno”, disse a consultoria, em relatório.