No ano passado, a Polícia Federal apreendeu 575 toneladas de agrotóxicos ilegais no Brasil, quase 180% mais que as 207 toneladas de 2022. O Ministério da Agricultura apreendeu 422,9 toneladas em 2023. Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF) reteve 195,7 toneladas no período. Este ano, entre janeiro e fevereiro, barrou mais 6,5 toneladas sendo transportadas em caminhões e carros em estradas federais do Brasil.
“Um gargalo é que muitas vezes as polícias não sabem identificar esses produtos. Precisam em alguns casos mandar para a perícia para ver se é cocaína. E se descobre só depois que era agrotóxico ilegal, dificultando o rastreio”, diz Luciano Barros, do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf).
A entidade das indústrias, a CropLife, vem patrocinando um curso na Escola de Segurança Multidimensional, na Universidade de São Paulo (USP), para policiais e fiscais com o intuito de melhorar a capacitação dos agentes que lidam com os flagrantes.
Parte do trânsito de agrotóxicos ilegais se dá por estradas que ligam os territórios do Paraguai, Bolívia e Uruguai. Uma parte menor vem da Argentina.
Nilto Mendes, da CropLife Brasil, diz que as rotas usadas pelos grupos criminosos que fazem contrabando de agrotóxicos são as que também costumam ser usadas para o trânsito ilícito de armas, droga e cigarro.
Uma vez apreendida, a carga ilegal de defensivo precisa ser destruída. E o caminho são incineradoras equipadas com filtros específicos. Ibama e outros órgãos se encarregam de custear parte dessa incineração. Parte fica a cargo da indústria química, que opera regularmente na produção e venda de defensivos.
Desde 2020, a CropLife, entidade que reúne as empresas do setor, já bancou a incineração de 1.114 toneladas de agrotóxicos ilegais.
Fonte: Globo Rural