O mês de março começa com relativa estabilidade no mercado interno de boi gordo, avalia a consultoria Agrifatto. Os analistas afirmam que a expectativa é de melhora no consumo doméstico de carne. No entanto, a oferta considerada volumosa traz incerteza em relação ao movimento das cotações da arroba.

“Na B3, após passar por quedas intensas na última semana, os contratos já começaram a demonstrar altas”, avalia a Agrifatto, ressaltando que as escalas de abate estão em torno de dez dias. As cotações na bolsa brasileira estão entre R$ 225 e R$ 226 por arroba.

Levantamento da Scot Consultoria aponta arroba valendo R$ 228 à vista em Araçatuba (SP). Na região do Triângulo Mineiro, R$ 218, mesmo valor da região sul de Goiás. Nas principais praças de Mato Grosso, o boi gordo à vista foi cotado a R$ 203 por arroba.

“Mercado começou a primeira semana de março sem mudança nos preços, com a ponta compradora e a ponta vendedora aguardando definições”, avalia a Scot, em boletim. “Apesar da melhora nas cotações da carne com osso, o mercado ainda está enfraquecido e esperando por melhor escoamento durante a semana”, acrescenta.

Fevereiro terminou com queda nos preços, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A referência com base em São Paulo acumulou baixa de 3,92%. Na quinta-feira (29/2), ficou em R$ 235,40 por arroba.

“A pressão segue firme, muito por causa do escoamento muito baixo que estamos vendo. Câmara fria está lotada nos frigoríficos e o pessoal do varejo começa a testar preços mais para baixo”, afirma Pedro Gonçalves, da Scot Consultoria, em vídeo no site da empresa.

Ele acrescenta que, como os estoques na indústria ainda estão elevados, os frigoríficos também acabam oferecendo valores mais baixos para os pecuaristas. E ainda há uma oferta elevada de fêmeas nas principais praças, outro fator que eleva a oferta de animais disponíveis para abate e, consequentemente, pressiona preços.

“O que é normal. A oferta de fêmeas no primeiro semestre costuma ser normal, muito por causa das fêmeas que não ficaram prenhas na estação de monta e acabam indo para descarte”, explica o analista.

Também no vídeo, Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, acrescenta que, além da pecuária estar vivendo um ciclo de baixa dos preços do boi gordo, o momento atual é de “safra”. E como não houve nenhum “fato novo” que movimente o mercado, a situação das cotações se mantém.

“Esse tem sido o comportamento de preços, que não tem mudado muito. Estamos entrando em março e esse é o comportamento dos preços”, ressalta Torres.

Fonte Globo Rural