O indiano Jagjit Singh Dallewal, líder agrícola, revelou que o governo da Índia propôs assegurar preços mínimos de venda para leguminosas, milho e algodão em meio a protestos de agricultores. Os agricultores, que se opõem a reformas agrícolas controversas, pediram dois dias para discutir a proposta com outras organizações sindicais. Enquanto isso, o governo analisa as demais demandas dos agricultores, discutidas em uma reunião que se estendeu até a madrugada de domingo.
Caso as exigências não sejam atendidas, os agricultores planejam retomar uma marcha em direção à capital indiana na quarta-feira, ameaçando iniciar o movimento já na terça-feira. Essa ação representa a continuidade dos protestos, destacando as preocupações dos agricultores em relação às políticas agrícolas do governo. “Tanto nós como o Governo vamos tentar encontrar uma solução através de conversações. Se isso não acontecer, pediremos ao Governo que nos permita ir a Nova Deli pacificamente”, acrescentou outro líder camponês, Sarvan Singh Pandher.
Milhares de agricultores iniciaram uma marcha na terça-feira, partindo dos estados de Haryana e Punjab em direção a Nova Deli para apresentar reivindicações ao governo. O protesto foi enfrentado por autoridades desde o início, com confrontos em Haryana envolvendo barreiras e gás lacrimogêneo. Organizados por vários sindicatos, os agricultores demandam a garantia legal de preços mínimos de venda para proteger o valor das culturas diante das flutuações do mercado. Essa exigência já foi central nos protestos agrários de 2020-2021, que levaram o governo indiano a revogar uma reforma agrária. No entanto, os sindicatos alegam que, passados dois anos, o governo não atendeu completamente às suas demandas.
Autoridades usaram gás lacrimogêneo e força contra manifestantes. Estradas foram bloqueadas com barricadas, proibição de ajuntamentos em Nova Deli e corte de internet em algumas áreas de Haryana. Agricultores exigem preço mínimo para colheitas, perdão de dívidas e arquivamento de processos relacionados aos protestos de 2021 contra reforma agrária. A marcha ocorre antes das eleições, onde Modi busca a reeleição para um terceiro mandato.