A seca que afeta o Mato Grosso do Sul este ano está projetada para reduzir em 19,23% a produção de milho safrinha no estado, totalizando 11,5 milhões de toneladas, com uma queda de 14,25% na produtividade em comparação ao mesmo período do ano passado, atingindo 86,3 sacas por hectare.

Esses dados foram compilados pelo Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (SIGA-MS), através de um levantamento realizado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), em colaboração com a Associação de Produtores de Soja (Aprosoja) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul). Um total de 785 mil hectares de milho safrinha foram impactados pela seca no Mato Grosso do Sul.

Segundo o relatório, os períodos de seca foram severos entre março e abril, com estresse hídrico de 10 a 30 dias, e de abril a junho, quando houve mais de 70 dias sem chuvas. Até 21 de junho, 8,2% dos 2,2 milhões de hectares plantados com milho safrinha no estado já haviam sido colhidos, um aumento de 7,38 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.

As regiões mais afetadas pelo desenvolvimento ruim das lavouras incluem o sudoeste, sudeste, sul-fronteira e sul do estado, onde até 50% das condições das plantações são consideradas ruins. Em contraste, as condições são majoritariamente boas nas regiões oeste, centro, norte e nordeste, com variações de 55,9% a 85,8%, conforme a Semadesc.

Com a redução na produção, a expectativa é que a maior parte do milho colhido no estado seja destinada ao mercado interno, para uso na alimentação animal e na produção de etanol.

Jaime Verruck, secretário da Semadesc, destacou que este ano haverá uma expansão na demanda interna, com a inauguração de novas unidades industriais como a Neomille, em Maracaju, e a ampliação da Inpasa, em Sidrolândia. Além disso, a demanda da suinocultura e da bovinocultura também está em crescimento.