Os preços dos grãos subiram na bolsa de Chicago nesta quarta-feira (3/4), principalmente após movimentações técnicas dos investidores, que aproveitaram as baixas recentes para voltar a compra de contratos futuros.
Foi o que aconteceu no caso da soja, que avançou após cinco quedas consecutivas. Os contratos para maio avançaram 0,70%, a US$ 11,8225 o bushel.
“Nós temos uma posição gigante de contratos vendidos [apostando na queda dos preços], algo que não é normal antes do início do plantio de soja americana. É natural que em algum momento eles [os investidores] reduzam suas posições”, diz Etore Baroni, consultor de gerenciamento de risco da StoneX.
Ainda segundo ele, a soja acompanhou a valorizou de outros ativos, como o café e também o petróleo, mas que nesse momento ela aguarda novos fatores para definir um rumo de preços.
“Não há mudanças em termos de fundamento de oferta e demanda. Com isso, os agentes devem seguir acompanhando o andamento da safra argentina, a lentidão das compras chineses de soja, a baixa demanda americana e ainda o início do plantio no país. Os preços da soja devem ‘andar de lado’ em Chicago, pois não têm muito espaço para grandes variações”, acrescenta o analista da StoneX.
Milho
O milho se valorizou na bolsa de Chicago, diante de um ajuste técnico e também do aumento da demanda nos EUA. Os contratos com entrega para maio fecharam em alta de 1,23%, a US$ 4,3175 o bushel.
As quedas recentes do cereal na bolsa abriram espaço para um rearranjo de posições dos investidores. Além disso, a alta do milho é explicada por um aumento da oferta de etanol nos EUA. A produção do biocombustível cresceu 1,8% na semana encerrada no dia 29 de março, totalizando 1,073 milhão de barris diários.
Agentes de mercado usam esses dados como uma referência para a demanda por milho nos Estados Unidos, uma vez que o cereal é a principal matéria-prima do etanol no país.
Trigo
O trigo fechou a sessão com preços em alta, também apoiado por movimentações técnicas dos investidores. Os contratos que vencem em maio subiram1,97%, a US$ 5,56 o bushel.
Além do aspecto técnico, a consultoria Granar diz que a previsão de menor oferta de trigo na União Europeia continua a influenciar o mercado internacional, depois de o excesso de chuvas ter restringido o plantio em grandes produtores do bloco, como França e Alemanha.
“Isto compensaria, ainda que muito parcialmente, outra colheita que se prevê ser muito abundante, acima dos 90 milhões de toneladas, na Rússia”, destaca a consultoria, em relatório.
Fonte: Globo Rural