Os preços do café seguem com forte oscilação na bolsa de Nova York, contando com elementos técnicos e fundamentos de clima. Após um recuo de 4% na sessão de ontem, os contratos do arábica para dezembro subiram 2,44% nesta quarta-feira (14/8) a US$ 2,3465 a libra-peso.
Após o registro de geadas em áreas produtoras de café do Brasil, os investidores devem seguir monitorando as condições de clima no país, de acordo com Ricardo Schneider, presidente do Centro de Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG).
“Continua o temor com algum impacto climático para a safra do próximo ano. O mundo está bebendo mais café, e por outro lado temos uma queda na produção do Vietnã, e uma safra recém-colhida com rendimento menor no Brasil. Com esses elementos, as geadas deixam o mercado ainda mais sensível”, afirma o dirigente.
Schneider, que acompanha a produção de arábica no sul de Minas, relata que as geadas na região foram pontuais. Ainda assim, há necessidade de chuvas para desenvolver os cafezais do próximo ano.
“A chegada das chuvas será determinante para o potencial da safra do ano que vem, é um elemento mais importante que as geadas nesse momento. O ideal seria a chegada das precipitações até a primeira quinze de setembro. Se passar esse período e não houver registro de chuva, não teremos ‘terra arrasada’, mas já liga um alerta para a produção no ano que vem”, complementa.
Suco de laranja
Outro produto que se valorizou em Nova York nesta quarta foi o suco de laranja. Os contratos do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para setembro fecharam em alta de 1,78% na bolsa de Nova York, a US$ 4,4425 por libra-peso.
No médio prazo, os preços devem permanecer sustentados pelas projeções de queda na produção do Brasil em 2024/25, de acordo com análise do banco holandês Rabobank.
Açúcar
O açúcar, por sua vez, terminou a sessão com preços em queda, com o papel para outubro negociado a 17,97 centavos de dólar por libra-peso, ou 2,28% a menos que na sessão anterior.
De acordo com a Hedgepoint Global Markets, as cotações do produto na bolsa estão voláteis, com traders se afastando do mercado.
A despeito desse fator, a consultoria destaca, em relatório, que os preços em Nova York continuarão influenciados por preocupações com incêndios e geadas na região Centro-Sul do Brasil, e também restrições às exportações da Índia.
Algodão
O algodão fechou em queda e segue negociado no menor patamar em quase três anos. Os lotes da pluma para dezembro caíram 1,38%, a 67,05 centavos de dólar por libra-peso.
Cacau
Por fim, nos negócios do cacau na bolsa americana, o contrato futuro para dezembro recuou 1,19%, para US$ 6.967 a tonelada.
Fonte: Globo Rural