A situação dos 900 pescadores artesanais da Colônia Z3, em Pelotas, Rio Grande do Sul, é crítica devido às recentes inundações na Lagoa dos Patos. Sem conseguir pescar há mais de um mês, muitos deles estão vivendo em condições precárias, com suas casas e peixarias inundadas e destruídas. Atualmente, dependem de doações de cestas básicas para sobreviver, e alguns estão abrigados em embarcações ou nas casas de familiares e amigos.

A Lagoa dos Patos, que recebe água de diversas regiões do Estado e da região metropolitana, subiu mais de dois metros desde o início de maio, causando essa situação desesperadora para a comunidade. Cerca de 4.900 pessoas residem na Colônia Z3, sendo que 60% delas dependem diretamente da pesca como meio de sustento.

Sandro Manoel Pinto, vice-presidente do Sindicato dos Pescadores da Colônia Z3, ressalta a ilhação da comunidade desde 4 de maio, quando as águas começaram a subir. O acesso está restrito, permitindo apenas a passagem de caminhões grandes, incluindo os do Exército que têm entregado as doações necessárias.

Além de solicitar auxílios emergenciais imediatos dos governos estadual e federal, no valor de R$ 2.500 e R$ 5.100, respectivamente, os pescadores também estão buscando a extensão do auxílio defeso por dois meses. Esse benefício é pago pelo INSS durante os meses em que a pesca é proibida para permitir a reprodução dos peixes, e a necessidade de estender esse período reflete a impossibilidade de retomar a atividade pesqueira na lagoa por pelo menos seis meses, devido às condições atuais.

“Sem falar que só está descendo água podre, vermelha, cheia de lixo. Os técnicos da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) se assustaram com a aparência da água e pediram para ninguém tocar nela”.