No início de julho, os produtos derivados da cana-de-açúcar mostraram comportamentos distintos no mercado. Enquanto o etanol continuou sua trajetória de alta, que já vinha sendo observada desde junho, o açúcar manteve-se estável, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.
Os preços do etanol têm registrado aumento há quatro semanas no mercado spot do estado de São Paulo. O biocombustível tem sido impulsionado pela demanda aquecida, especialmente frente à competitividade com a gasolina C. Além disso, as usinas têm mantido firmes os preços em novas negociações.
Contribuindo para sustentar essas cotações estão os elevados preços do açúcar no mercado internacional e a valorização do dólar, fatores que têm levado algumas usinas a priorizarem a produção de açúcar em detrimento do etanol.
No período de 1 a 5 de julho, o indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado alcançou em média R$ 2,5337 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), representando um aumento de 2,72% em relação ao período anterior. Já o anidro teve alta de 6,32%, atingindo R$ 2,9077 por litro.
Apesar desses aumentos, os preços atuais ainda estão abaixo dos observados em anos anteriores. Os indicadores mensais de junho para o etanol hidratado e anidro foram os mais baixos das últimas três safras para o mesmo período, considerando a inflação medida pelo IGP-M de junho.
Quanto ao açúcar, os preços médios do cristal branco permaneceram estáveis no início de julho, variando entre R$ 132 e R$ 133 por saca de 50 quilos. Usinas têm procurado manter os preços firmes diante de uma demanda um pouco mais aquecida. Compradores no mercado doméstico adquiriram novos lotes do açúcar cristal, antecipando possíveis valorizações, influenciados pelas recentes altas internacionais do açúcar demerara e da taxa de câmbio.
Há também preocupações com uma possível quebra de safra na atual temporada de cana-de-açúcar (2024/25), devido ao clima predominantemente seco em São Paulo, o que poderia afetar negativamente a oferta do açúcar.